domingo, 28 de fevereiro de 2010

Emocionante e triste!

Para saber do que eu estou falando, gostaria, primeiro, que vissem esse vídeo aqui.

Depois, só depois, continuem lendo o que escrevi.
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Agora eu pergunto: Você ficou emocionado por causa do cachorro?

Eu fiquei emocionada. Eu chorei.

Mas não por causa do cachorro.

Eu fiquei pensando no rapaz.
Em quem ele era.
O que ele fazia.
O que ele fez.
Que futuro ele teria.
Das pessoas que o amavam e sofriam por sua morte.
Fiquei pensando como é ter o corpo de um ente querido jogado no chão por tantas horas.
Não importa se ele era bandido ou vítima. (esse é um erro do nosso sistema e não uma escolha de vida em 99,99% das vezes)
Se o seu cachorro ficou horas ao lado dele, era porque era amado.
Se era amado, o morto tinha um coração e também amava o cachorro.
Amava outras pessoas.
Quantas pessoas ele amaria na vida?

E sabe o que me deixou mais emocionada e triste?

Saber que é tão normal ser assassinado no meu país, que a dor de um cachorro se torna mais importante a ponto de ofuscar o crime, a crueldade, o destino triste da vida de um ser-humano.

Pronto, falei!

P.S. Eu adoro cachorros. Mas, adoro mais ainda a perspectiva de poder viver num mundo de paz, onde a dignidade do ser humano não é só o primeiro artigo da constituição, mas uma REALIDADE.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Miséria? Na Alemanha? Só se for na África

Desde que cheguei aqui, vejo muitos cartazes e outdoors com campanhas de doação para crianças na África. Se não são africanas, pelo menos, as fotos usadas são sempre de crianças negras com lágrimas nos olhos e nariz escorrendo.

Não sei se é porque sou brasileira e já vi muitas crianças dessas de perto ou se é porque, de tanto usarem essas imagens, já não surtem mais o efeito que deveria surtir.

Contudo, porém, todavia, entretanto, passei por uma situação inusitada que nunca imaginei passar vivendo na Alemanha.

Tudo bem que tivemos uma crise que, em comparação a outros países, no Brasil foi, sim, uma marolinha e muitas pessoas perderam seus empregos e blá, blá, blá. Mas, eu não esperava ver a miséria que eu vi diante do meu nariz, passando por mim.

Fui jogar o lixo fora, que no meu prédio é separado em 457 latas diferentes - papel, plástico, orgânico, lixo comum (hein?), eletrônicos (juro), metal, vidro e lá vai coisa – quando passa por mim uma senhora, devia ter uns 50 ou 60 anos, totalmente maltrapilha.

Antes de sair, verifiquei no termômetro a temperatura externa e estava -4 graus. Eu fiquei pensando o quanto frio não estava embaixo daqueles trapos. Ela passou direto por mim e para onde foi? Diretamente para as latas de lixo. Eu nunca imaginei (pode ser ingenuidade minha) que esbarraria com uma catadora de lixo na Alemanha. Segui meu caminho e ela o dela.

Quando cheguei em casa, quase me matei de ódio! Porque lembrei que tinha separado algumas roupas de frio que ganhei que não cabiam em mim para doar (jogar fora por aqui, tem caixas de coleta próprias - muitas da Cruz Vermelha, para ir pra onde? África e agora, provavelmente, Haiti.). Ainda voltei na varanda para ver se encontrava a senhora e já era tarde.

Fiquei eu com a consciência pesada e a senhora, com a sacola vazia.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Conheci uma beijoqueira!

A Jane, do Beijo de Pracinha, que mora aqui em Berlin. Mais perto de mim do que imaginava. Eu a encontrei no blog da Liza, visitei e deixei comentários no seu blog, depois trocamos e-mails que me renderam valiosas dicas, até marcarmos um café aqui em casa.

O café evoluiu para um jantar - feito por marido - e uma conversa bem longa e gostosa. Levamos a "bichinha" (como se diz na Bahia) em casa quase à 01h da madrugada. Nem imagino como ela foi trabalhar hoje depois de tanto vinho. ;)

Ela é linda, simpática, inteligente, engraçada e com um chapeuzinho vermelho bem estiloso. Valeu a pena conhecê-la. Espero que nos encontremos várias vezes.

Paulo disse que ela é fofa. Viu, Jane? rsrsrs

Agora só falta conhecer vocês!!!! Vamos marcar?

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Os anjos berlinenses

Nem bem o casamento foi anunciado, a notícia correu e nós já ganhamos um presente.

Dessa vez, de três “anjas” amigas. Uma delas será a madrinha e nem sabe ainda.

Baseando-se no fato de que não temos muito dinheiro, resolveram, assim, de bom grado (gern) que nos dariam a festa de casamento de presente.

O que eu disse? “Amém!”

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Primeiro dia do curso de alemão

Ontem foi o primeiro dia do meu curso de alemão. Entrei na penúltima semana do curso nível A1 para entrar no ritmo pro A2 que começa dia 08.03 (Os níveis são A1, A2, B1, B2, C1 e C2, e os C's já são considerados como os de proficiência, digamos assim)

Os níveis têm duração de dois meses, o que significa que até o verão estarei no nível B1. =D

Eu fui sozinha para o curso, caminhando, pois são só 2km do meu apartamento pra lá. O caminho foi fácil, é tranquilo caminhar em Berlin. Não preciso me preocupar com trombadinhas, os carros não passam por cima da gente, as calçadas estão livres para os pedestres e o tempo estava bom. Venta muito nas ruas da cidade e ontem não ventou.

Com a caminhada, a chegada na escola, conseguir me comunicar antes, durante e depois da aula me deu uma sensação de liberdade que poucas vezes senti. Acho que só quem consegue se comunicar em outra língua e em outro país sabe do que falo.

A turma tem 3 coreanas, 2 japoneses, 2 italianos, 1 espanhola e 1 israelense. Por isso, a segunda língua é inglês. Acho interessante, porque, geralmente, quando estou estudando alemão, meu inglês trava. Desse jeito, não irá travar. Mas, o inglês só é usado em último caso, quando a professora precisa se fazer entender.

Vendo os asiáticos no esforço para aprender alemão (para escrever e falar), percebo o quanto é mais fácil para mim. (Oh, maldade!)

Comecei bem e espero continuar assim. Para o alto e avante! ;)

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Momento mulherzinha fail

Marido faz carinho no meu rosto e digo:
“Amor, gosto tanto quando você me toca... Parece que todos os males vão embora só com o toque da sua mão na minha pele.”
Ele olha pra mim, com os olhos brilhando, os lábios entreabertos e diz:
“Alguns me chamam de Jesus.”

Clima? Que clima?
Uma sonora gargalhada depois dessa heresia!

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Gorda!?

Dia desses, em uma de nossas andanças, paramos numa lanchonete turca para almoçar/lanchar/o que quer que se possa fazer às 15h. Eu pedi currywurst e marido pediu um döner.

O atendente foi preparar os pratos e entregou na nossa mesa. Na hora, ele me entregou o döner e passou o currywurst para Paulo. Quem conhece o bendito sanduíche turco (pão turco/árabe/sei lá, salada, queijo branco e carne) sabe que ele é muito mais saudável do que um prato com lingüiça, curry, catchup, batata frita e maionese.

Será que o atendente me achou gorda e me passou uma mensagem subliminar? Ou ele achou que uma mulher fina como eu (oi?) não poderia nunca, jamais, em tempo algum comer currywurst?

Fico com a segunda opção.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Um desabafo grandão

Inspirada no post anteior, resolvi expor uma coisa que está martelando na minha cabeça há tempos e tem horas que essas coisas precisam ser postas pra fora. Desabafar é também uma forma de trabalhar o que nos incomoda, digerir melhor os sentimentos confusos que nos corroem e aqui estou.

Há, exatamente, seis anos, quatro meses e seis dias convivo com um homem maravilhoso, lindo e que faz de tudo pra me ver feliz. Eu tento retribuir a altura, é verdade e, às vezes, acho que ainda falto.

Acho que a gente se amou desde o primeiro dia em que nos conhecemos, porque esse primeiro dia é muito claro para nós até hoje.

O amor sempre existiu e por causa da força dele estamos juntos. Já passamos por tanta coisa que perco a conta de quantas vezes choramos abraçados. Uma vez ele me escreveu algo assim: “nosso amor é forte porque precisa ser conquistado a cada dia.” Por diversos motivos, nossa relação começou complicada e difícil. Não por nós, mas pelas circunstâncias em que ela estava envolvida.

As principais delas e as que sinto (ou pago o preço, sei lá) até hoje é o fato dele ser mais velho e estrangeiro. Meu marido é 25 anos mais velho do que eu. Se fizermos a conta, quando começamos a namorar, eu tinha 22 anos e ele 47. “Uma ninfetinha de 22 e um velho babão de 47, vejam só.” Não conta o fato de que, com 22, eu já era muito mais madura do que muita mulher de 30, mas vá lá. Além disso, ele era meu chefe.

Preciso dizer que isso não nos incomoda, não é um tabu entre nós e até brincamos com isso. São os outros que me incomodam, a visão dos outros sobre nós baseado em conceitos e concepções arcaicas, cheios de uma razão que não lhes cabe. Falo isso de pessoas importantes que fazem parte da minha vida, que não dão crédito, até hoje, a essa relação. E isso dói pra porra! (desculpem o palavrão, mas foi a expressão mais forte que consegui encontrar para expressar o que sinto)

Porque eu sabia que era estranha aos olhos dos outros, demorei muito tempo pra contar para os meus pais sobre nós. Nessa época, morava sozinha e pagava minhas contas. Então, podia ir e vir para onde e quando quisesse.

Quando contei, a reação de minha mãe foi achar que ela errou na minha educação. Meu pai ficou dois dias sem dormir. O horror da família!

O tempo passou, aprendi a conviver com o preconceito e fui levando. Só que não pensei que ele perdurasse tanto. Eu mudei, as pessoas não. É fato. Sou de uma cidade de 20 mil habitantes do interior da Bahia. O que posso esperar de pessoas que nunca saíram da sua zona de conforto e acreditam que o que eles não conhecem é impossível que seja real?

Uma tia me disse que estava com ele por dinheiro. Claro, toda brasileira que se envolve com um homem mais velho e estrangeiro está interessada no seu dinheiro. Claro também que todo “gringo” tem mais dinheiro do que qualquer brasileiro, principalmente sendo ele europeu.

Outro tio diz que é patologia. Que tive pai ausente e procuro um pai em Paulo. Como se Paulo fosse igual ao meu pai. Graças a Deus que não é.

Quando falo que já tenho X anos com ele, as pessoas fazem uma exclamação de espanto, "Tudo isso?", como se nao fosse possível durar tanto...

Meu pai levou cinco anos para admitir que o que há entre nós pode ser amor – vejam bem, pode. Antes disso era o quê? A filha interesseira. Ela quer dinheiro e ele, sexo. Um dinheiro que Paulo nunca teve.

Antes da minha viagem, a preocupação era que Paulo me levava embora, como parte da mala dele, uma pessoa sem vontade, que só seguia o que o marido definisse. Afinal, toda mulher casada (ou que vive em união estável, como eu) deve se comportar assim. Mais uma visão de interior. Mais uma frustração. Por que ninguém me perguntou se era isso que eu queria ou se estava feliz com a minha decisão?

E agora, quando anuncio que, enfim, posso casar “no papel” com o homem que eu amo, que está comigo há tanto tempo e que essa era uma expectativa de anos, o que dizem? “Eu não sabia que era isso que você queria.”

Porra! Eu finjo uma relação há seis anos. Meus olhos brilham quando eu olho para ele porque eu uso um colírio especial. Ele me faz sorrir toda manhã porque me faz cócegas. Sinto saudades dele porque ele paga as minhas contas. Por que a Globo não me contrata? Que puta bem paga eu sou. Se ainda fosse para conseguir o visto permanente... Porque, claro, com o tempo que estamos juntos, já tinha conseguido duas vezes o bendito visto.

E tudo que eu mais quero é continuar sendo feliz ao lado dele pelo resto de nossas vidas (ou da dele).

Não pode ser amor, simplesmente?

(Agora, voltamos com a nossa programação normal!)

Família é um troço esquisito - III

Meu pai perguntou a Paulo quando ele voltaria ao Brasil para morar.

Essas perguntas nos deixavam constrangidos, pois nem sabíamos se daria certo ou não, como saber quando voltar?

Para responder alguma coisa, marido respondeu que poderia ser quando ele se aposentasse. Tempos depois, meu pai me pergunta quando Paulo se aposentaria e eu respondi que, provavelmente com 65 anos. Aí ele fez as contas.
- É, 12 anos é muito tempo...

Se as perguntas nos deixavam constrangidos, essas anulações machistas me deixavam revoltada (creiam, não aconteceu uma vez só).

Como assim, nesse processo só importa o que meu marido quer? Por acaso, se daqui a 12 anos ele quiser voltar, não importa o que eu penso ou sinto? Como assim, ninguém (eu disse: ninguém) me perguntou se eu estava feliz e só se preocupavam com o fato de “Paulo está te levando embora.”

Eu vim porque eu quis. Fui eu que chamei Paulo pra vir pra Alemanha. Fui eu que escolhi estar aqui. Se Paulo desconfiasse que eu não me daria bem por aqui, seria ele a escolher permanecer no Brasil por minha causa. Porque ele não é machista e me pergunta sempre: “Você está feliz?”

Estou!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Marido? Mann?

Marido (sim, marido) me disse que quando lê o blog (pois é!) e vê a palavra marido (3x na mesma frase, rsrs) acha muito conservador e não gosta. Oi?

O que eu respondi?
"Pior é chamar de Mein Mann, parece aquelas mulheres que gostam de uma baixaria: 'Você tá mexendo com o MEU homem?'. Aonde é que você é MEU HOMEM?"

Vai ficar como marido mesmo. Humpf!


Em tempo:
  • Divórcio dele saiu - ok
  • Minha documentação para casar - ok
  • A documentação dele - falta (registro de residência, certidão negativa do casamento anterior e certidão de nascimento)
Junta tudo e manda para o juizado, leva de 6 a 8 semanas para eles conferirem a minha documentação e autorizarem o casamento. (porque é entre uma brasileira e um alemão, e já estou aqui no país)

Só depois é que marca a data.

Por isso, casamento na primavera, com festa!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

FAQ – 7. Os alemães são mesmo frios e porcos como todos dizem?

Cara, quem disse isso? Eu nunca ouvi isso. (Ahhh tá!)

Pelo menos, os alemães que eu conheci foram muito legais e simpáticos comigo. E eu conheci muitos, creiam.

Claro, alguns são os conhecidos “typisch deutsch”, teimosos, rigorosos em seguir leis e sempre insatisfeitos com a vida e o país.

Mas, todos conseguiram sorrir em algum momento, além de serem muito educados. E se são porcos não sei, nunca senti mau cheiro em nenhum. Hohohohoho

Querem saber? Gente porca e fria existe em todo lugar. Quem escolhe com quem se relacionar sou eu. Eu vou sorrir para você, se não me sorri de volta, azar o seu!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Sozinha, em casa

Essa é a minha última semana de folga, na próxima começo o curso de alemão. Por isso, de manhã estou sozinha em casa. Marido chega, normalmente, entre 13h e 14h.

O apartamento precisa de reparos e a cooperativa imobiliária está fazendo aos poucos. Ontem foi o dia da janela da sala, que estava com problemas.

Eles ligaram pra marido e avisaram que estariam aqui entre 12h e 15h. Marido avisou que não estaria em casa, que eu estaria mas que não falava alemão, só português e inglês.

Estou acostumada a me denserolar em algumas situações com inglês e, às vezes, até com portunhol. Então, pra mim estava tranquilo. Só que, quando os caras do conserto chegaram descobri que eram dois turcos e que não falavam nada de inglês.

Imaginem a cena, um tentando ser entendido pelo outro. Pior, eu já entendo alguma coisa de alemão, mas vai tentar entender o alemão de um turco. Eles falam parecendo que estão com um ovo na boca (maldade). A única coisa que entendi foi:

- Kannst du probieren?
Para eu testar o trabalho que eles tinham feito em 5 minutos. O que fiz prontamente.

Depois dissemos Tschüss e ficamos por isso mesmo.

Imagina se fosse coisa mais séria? =P

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Sincronicidade

Sabe aquela coisa de que nada acontece por acaso e de que, quando algo tem que dar certo, tudo o mais dar certo para que aconteça? Então...

Vamos aos fatos:
03/12/09
Compramos as passagens para a Alemanha para o dia 20/01/10.

18/12/09
Paulo, meu marido, recebe um e-mail convocando-o para uma entrevista no dia 06 de janeiro para um trabalho numa escola em Berlin. Na cidade que gostaríamos de viver, num emprego mais que adequado. (A busca por um emprego já ultrapassava um ano)

24/12/09
Vendemos o nosso carro pelo preço que pedimos a uma revenda em que o dono é amigo de meu tio e eu nem sabia. Mas que, por causa disso, o negócio se desenrolou com muita facilidade.

28/12/09
Consigo antecipar a data da viagem de Paulo para o dia 03 de janeiro.

06/01/10
Paulo faz a entrevista e tem a resposta imediata sobre a sua contratação.

08/01/10
Ele visita o nosso futuro apartamento. Que fica a menos de 1 km da escola onde ele irá ensinar.

12/01/10
Compra o nosso carrinho quebra-galho.

20/01/10
Através de um amigo, resolvo meu problema de excesso de peso das bagagens.

21/01/10
Chego na Alemanha.

22/01/10
Visito nosso futuro apartamento e o aprovo.

25/01/10
Paulo recebe uma solicitação de pagamento da taxa do divórcio que estava em tramitação. É a penúltima fase. Agora faltava o juiz acatar.

27/01/10
A “Secretaria de Educação” conclui o contrato de trabalho e Paulo assina.

28/01/10
Paulo vai até a cooperativa imobiliária para fechar o contrato de aluguel e só precisamos pagar meio mês e ainda recebemos 600 euros por causa dos reparos no apartamento. Descobrimos que ganhamos uma cama. rs

03/02/10
Entramos no nosso apartamento de mala e cuia. Começamos a arrumação.

07/02/10
Ganhamos de amigos um conjunto de sofás de couro preto. Do jeito que nós sonhávamos que um dia teríamos, porque é caro, muito caro. Um dia... não tão rápido, nem de graça.

12/02/10
Paulo recebe uma correspondência informando que o divórcio dele, enfim, foi homologado.

Tudo isso aconteceu, da forma como tinha que acontecer. Para que Paulo tivesse um contrato de aluguel e um comprovante de capacidade financeira para que nós pudéssemos casar oficialmente no país.

TEM SEIS ANOS QUE ESPERO POR ISSO!!

Seis anos de espera resolvidos em 15 dias!
Há seis anos não imaginava que estivesse morando na Alemanha. Há seis anos não desejava tanto que esse divórcio saísse.

E justo agora, nesse momento de nossas vidas, quando é tão importante, ele sai.

Nunca dizer “sim” foi tão importante e tão fácil.

Que os anjos digam “Amém!”

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Rapidinhas

Enfim, tirei as nossas roupas das inúmeras malas. Montamos o guarda-roupa.

Ouvir rádio na Alemanha é mais importante que assistir TV. Toda casa que chego tem um rádio ligado.

Ouvir rádio tem sido um bom exercício de alemão. De pouquinho em pouquinho, aprendo novas palavras.

Os “amigos” do Brasil começam a aparecer, ensaiando uma futura “visitinha”. Sei...

Alemão elogiando meu inglês. É paia, né?

A vizinhança começa a mostrar as suas caras. Jogaram uma bola de neve na nossa janela.

Nunca confie num homem que faz suas próprias malas. Tinha camisa que parecia ter saído direto da garrafa do gênio.

Está nevando e derretendo. Tudojuntoaomesmotempoagora.

O final de semana de Paulo começa na sexta, 10h. O meu é a semana toda. E acaba no dia 22, quando começo o curso.

Estou vendo um monte de criança passar fantasiada pela minha janela. Esqueci que Carnaval também existe por aqui.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Quebra-galho


Mudamos para o nosso apartamento na semana passada. Com a mudança, muitas compras de móveis, utensílios para a cozinha, banheiro, tapetes, roupas de cama... Ufa! É coisa que não acaba mais.

Ontem, resolvemos ir à IKEA para comprar uma cama para hóspedes, que vai servir de sofá temporário, enquanto o que ganhamos não chega. (Pois é, ganhamos um conjunto de sofá de couro preto usado, claro, mas, bem conservado. Uhuuu!)

Daí que o sistema da IKEA é complicado, porque eles fazem você andar pela loja toda para você chegar aonde quer: no estoque. Porque aqui é tudo “Faça você mesmo”.

Daí que a gente foi enchendo o carrinho de coisas que víamos pela frente e que precisávamos em casa. Quando conseguimos pegar a cama e os colchões, já estávamos com dois carrinhos cheios.

A dúvida era: vai caber tudo no nosso carrinho?

Quando chegamos ao estacionamento constatamos que precisaríamos de muito malabarismo e esse foi o resultado:





























Enquanto tentávamos as diversas formas de fazer caber as caixas no fundo do carro, ríamos da situação como duas crianças. As pessoas no estacionamento olhavam pra gente nos achando estranhos...

O importante é que chegamos em casa com tudo que compramos. Rá!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Berlinale

Quem que ir na Berlinale comigo, bota o dedo aqui!

De 11 a 21 de fevereiro, bem pertinho de mim! =O

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

O problema com o "R" e com o "H" (A resposta)

Para quem ficou curioso para saber e para aqueles que tentaram imaginar o que eu falei com a minha pronúncia completamente tosca, vai a resposta.

Pronunciando "Ruhe" (silêncio) como "rurre" fiz o mesmo som como se tivesse pronunciando "Hure" (trocando as consoantes de posição).

E, segundo marido e as pessoas que ouviram a minha pagação de mico, tcharammmmm, "Hure" nada mais é que:::::::::::::

PUTA!

Paguei ou não paguei um micão?

P.S. Parece que vou ficar sem acesso a net até ser instalada no apto novo. Eu volto, prometo.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Rótulos e embalagens

Deixei muita coisa no Brasil. Muitas dessas coisas são necessárias aqui e estou começando a recomprá-las aos poucos, como repor o estoque de esmaltes que tinha. Não consigo ficar sem pintar as unhas.

Mas, uma coisa que toda mulher precisa (até certa idade, pelo menos) não podia ficar para depois. Fui a uma drogaria para comprar absorventes. Escolhi pelo desenho na embalagem: normal, com abas. Deixei guardado na mala até o dia em que eu precisei. Só que aí, eu precisei, claro.

Quando fui utilizar o pacote percebi o que tinha de errado: o danado do absorvente era do tamanho de uma fralda geriátrica. Aí, olhei de novo para embalagem e vi uma palavrinha que deveria ter me chamado atenção logo: nacht (noite). Eu comprei aqueles absorvente enormes para evitar vazamentos noturnos. Detalhe: era dia e eu nem preciso de algo tão grande assim. =P

O que fazer:
A) Ficar com aquilo grande entre as pernas o tempo todo ou
B) Ligar para o marido - que estava na rua - para comprar um decente?

Acertou quem ligaria para o marido. É bom ter um marido atencioso, que conhece as suas necessidades e que, melhor ainda, sabe ler rótulos em alemão!!!!

P.S. Se eu desaparecer, não fui sequestrada para trabalhar como escrava sexual. Estarei no nosso apartamento dando uma de pintora, marceneira, montadora, faxineira, ufa! Depois coloco fotos do antes e depois.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Assim é Berlim

- Amor, hoje quero comer Currywurst! (linguiça, curry, catchup, pão ou batata frita - olha só o que eu gosto, meu zeus!)
- Ok. Quando terminarmos o que viemos fazer, a gente para pra comer.
- Certo.

Tempos depois, caminhando na rua, tomando vento frio no rosto, procurando, no centro de Berlim, um lugar que vendesse Currywurst...

- Ah, desisto de procurar. Estou congelando. Vamos entrar ali e pedir um dönner (sanduíche turco).

Mais fácil achar lanchonete turca que alemã. Pode?

Pode. É Berlim.